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Dr. João Batista, integrante da equipe do primeiro transplante renal do Nordeste.

João Batista Evangelista Júnior, carinhosamente chamado pelos colegas e alunos como Prof. Júnior, faleceu no dia em que o primeiro transplante renal de um doador vivo do Norte e Nordeste do Brasil completava 45 anos, fato importante em sua carreira profissional e para a história da medicina no Ceará. 

O médico nefrologista integrou a equipe que realizou o procedimento (em 1º de setembro de 1977) e teve em vida o saudoso reconhecimento pelo pioneirismo e brilhante legado no serviço de transplante de órgãos e tecidos no Estado.

Nascido em Fortaleza, dia 15 de junho de 1951, se formou em Medicina na Universidade Federal do Ceará (UFC) em 1976. Depois de sua graduação, partiu para o Rio de Janeiro, para fazer sua residência em Nefrologia no Hospital Pedro Ernesto. Em 1979 volta para Fortaleza e, após concurso, vira professor da Faculdade de Medicina da UFC, cargo que exerceu com orgulho até o momento de sua morte. 

Durante quase 20 anos, trabalhou no Centro de Pesquisas em Doenças Hepato-Renais do Ceará (CEPHRECE) como membro ativo da Comissão Científica, com participação direta na campanha anual de incentivo à doação de órgãos “Quem Ama Doa”. Atuou na instituição como diretor-presidente e foi responsável técnico do Setor de Diálise e Laboratório de Imunogenética.

Vale destacar ainda em sua trajetória a bolsa de estudos do British Council para realizar especialização em Renal Transplantation in Patients on CAPD, no Guy’s Hospital – Renal Unit (originalmente estabelecido como um hospital para tratar “incuráveis”), em Londres, na Inglaterra, de 1983 a 1984. 

Seu falecimento, em 1º de setembro de 2022, aos 71 anos de idade, vítima de infarto fulminante, causou imensa consternação no meio médico e entre pacientes de doenças renais do Ceará, pela construção de uma história de sucesso nos transplantes renais que tornou o Ceará passou em um centro de referência e intercâmbio de experiências e palco de encontros na área.

TRANSPLANTES NO CEARÁ

O primeiro procedimento teve como receptor Braz Marinho Neto, de 38 anos, nascido no Rio Grande do Norte e portador de doença renal crônica em programa de hemodiálise. A doadora foi sua irmã Sebastiana Marinho Torres.

Dois meses depois, o segundo transplante foi realizado e assim instituído o programa de parceria entre o CEPHRECE e o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) da UFC. 

Duas décadas mais tarde, foi criada a Central de Transplantes do Estado do Ceará, em 1998, através da Portaria n.º 797/98 da Secretaria da Saúde do Estado, obedecendo a determinação do Decreto Federal nº 2.268/97 que regulamenta a Lei Federal 9434/97.

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